sábado, 10 de dezembro de 2011

PRAÇA DA FIGUEIRA | LISBOA


LOCALIZAÇÃO E REGISTO FOTOGRÁFICO



Localizada em Lisboa, a Praça da Figueira foi alvo de diversas intervenções:
  • em 1755 tornou-se Horta do Hospital/Praça das Ervas (em substituição do Real Hospital de Todos os Santos, destruído pelo terramoto nesse mesmo ano);
  • em 1835 arborizaram e iluminaram a área e em 1849, os seus limites foram vedados , surgindo a primeira Praça coberta que serviu de Mercado (demolido em 1883 com cerca de 8 mil m2 de construção em ferro);
  • em 1971 adaptou-se a Praça para estacionamento automóvel (completamente descoberta e sem vestígios da estrutura da praça anterior);
  • em 1971 colocou-se no centro da Praça, a Estátua Equestre de D. João I (da autoria de Leopoldo de Almeida e Jorge Segurando), sendo transladada em 2000 havendo um alinhamento com a Rua da Prata e a Praça do Comércio.

Actualmente, a Praça da Figueira é um lugar de passagem e circulação sem condições que permitam usufruir deste espaço público, não existindo mobiliário urbano que sirva a população, predominado obstáculos que dificultam a circulação pedonal.







SITUAÇÃO EXISTENTE | Redes viárias principais e circulação dos transportes públicos

Actualmente, a Praça da Figueira é um espaço desarticulado em termos de ocupação e de circulação (tanto viária como pedonal), não possuindo espaços de sombra predominando a escassez de mobiliário urbano. É uma Praça desfragmentada com um vazio central (devido à transladação da Estátua Equestre de D. Joçao I), servindo unicamente como espaço de transição e circulação.

Como se observa no esquema abaixo anunciado, a Praça é “abraçada” por um anel de circulação viária (predominantemente dedicada aos transportes) sem uma lógica formal e sem zonas seguras de circulação pedonal (sendo escassa a existência de passadeiras).




ESQUEMA | Centralidade

A Praça da Figueira é caracterizada pelos seus eixos visuais e pela proximidade de ligações entre os diversos pontos da cidade (como a vista sobre o Castelo de São Jorge, a ligação directa à Praça do Comércio, à Praça do Martim Moniz, ao Rossio e aos Restauradores).
Com base nestas percepções, é notório que a Praça da Figueira não deve ser apenas um “não-lugar” ou um espaço sem condições de usufruto do espaço público mas sim uma Praça contínua que tenha requisitos para a apropriação da sua extensão .


PROPOSTA | Requalificação do espaço público
A proposta consiste na requalificação deste espaço público, criando uma estrutura metálica coberta que servirá como Mercado, tentando voltar a dar o carácter de comércio e movimento que esta Praça teve no século XIX. Propõe-se também uma remoção da calçada à portuguesa nas áreas de circulação dos transportes públicos, substituindo-se pelo pavimento existente no centro da praça (em pedra - calcário e granito).

Como a Estátua de D. João I foi transladada no século XX, a Praça perde a sensação de centralidade existindo um vazio no seu núcleo primordial. Deste modo, para não haver, novamente, uma transladação da Estátua, optou-se pela criação de uma geometria singular que unisse os diversos vértices desta, surgindo vazios nos seus encontros que serão aproveitados para a criação de espaços verdes.




FOTOMONTAGENS DA PROPOSTA




Situação existente | Situação proposta


FOTOGRAFIAS DA MAQUETE COM A PROPOSTA | Maquete de conceito


“Markets create places and build community. Public markets create vibrant public spaces while also having broader social impacts.” (Isabel G.)










II SEMESTRE - PRAÇA DA FIGUEIRA: ARQUITECTURA EFÉMERA


Actualmente a Praça da Figueira sofre um processo de descentralização causado pelo Rossio, uma das principais praças da cidade de Lisboa que se torna numa condicionante para o aproveitamento e vivência do espaço complementar da Praça da Figueira. 


Planta do local de intervenção - Descentralização da Praça da Figueira devido ao Rossio. Condicionante? Nova centralidade? (Localização de edifícios religiosos que compõem a área abrangente pela Praça da Figueira) | Escala 1:4000

-----  Localização dos edifícios religiosos




Esquema de ligações - Centralidade proposta: Praça da Figueira. Tirar partido das ligações directas existentes entre os vários pontos da cidade






Planta do local de intervenção - Esquema das redes viárias existentes | Escala 1:4000
----- Redes viárias principais existentes
-----  Redes viárias para transportes públicos



Planta de implantação da proposta | Escala 1:4000
----- Planta de cobertura
----- Marcação da Estátua Equestre de D. José I




Após o exercício realizado no semestre anterior foram feitos diversos estudos a nível do desenho da proposta. Baseado na obra "Serpentine Gallery" (2009) de Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa e em todos os restantes projectos apresentados neste espaço desde 2000, é proposta uma estrutura efémera orgânica com o objectivo de albergar actividades que ocorressem em Lisboa entre Maio e Setembro (altura do ano com temperaturas mais elevadas). 
O objectivo desta proposta seria criar oportunidades de divulgação da arquitectura portuguesa anuais onde cada arquitecto ou dupla de arquitectos pudesse fazer uma proposta de adaptação deste espaço durante o período de tempo cima referido.
Esta proposta é um exercício de experimentação que utiliza os conceitos de colagem (Collage City) de Colin Rowe e Fred Koetter, com o objectivo de procurar imagens e ambientes de referência que pudessem transmitir e idealizar o ambiente pretendido.




Planta de implantação da proposta - Ortofotomapa



Planta de implantação da proposta | Escala 1:1000
----- Planta de cobertura
----- Redes viárias principais propostas
----- Redes viárias condicionadas propostas (apenas para transportes públicos)
----- Edifícios que compõem a Praça da Figueira


Corte esquemático AA e pormenores da proposta | Escala 1:100 e 1:300





Fotomontagem de conceito - Estrutura/Arquitectura efémera + relevância da Estátua Equestre de D. João I + nova centralidade = novas oportunidades de vivência e adaptação do espaço, novos pensamentos, novo usufruto, novos ambientes





Fotomontagem da proposta 





"The city of collisive intentions, however much it may be presentable in terms of pragmatics, is evidently also an icon, and a political icon signifying a range of attitudes relating to historical process and social change. [...] questions of symbolic purpose or function begin now increasingly to rise to the surface." 
(ROWE, Colin; KOETTER, Fred. Collage City and the Reconquest of Time. P. 119)


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