sexta-feira, 3 de junho de 2011

Largo do Rato





Ponte no abismo urbano



O Largo do Rato assume-se em Lisboa como um dos principais “linking points”, orientando a circulação rodoviária entre as diversas zonas da cidade. No entanto, esta situação degenera em graves problemas de mobilidade pedonal, uma vez que, o espaço público, caracterizador desta tipologia urbana (largo), é transformado num corredor de atravessamento. O Largo torna-se rua e o espaço de vivência público torna-se, também para o peão, num corredor de passagem onde os locais de estadia são esquecidos. Em conclusão, pode dizer-se que existe uma inversão de papéis, no sentido em que a via passa a ser o ponto central, condicionante e supressor do espaço de estadia público, reduzindo-o a uma delimitação do seu próprio espaço. Esta valorização da sociedade motorizada, é de tal forma imponente, que a via pode ser vista como um abismo urbano onde a única forma de passagem para o peão, o obriga a percorrer um caminho desnecessário.

1 Esquema de circulação rodoviária Esquema de circulação pedonal

Retomando a épocas anteriores, é visível a importância depositada nos percursos pedonais, sendo que o aspecto que ressalta é principalmente a utilização de calçada numa maior área. Desta forma, a proposta de solução passa por um regresso ao passado e pela criação de uma ponte que ultrapassará este abismo. Esta transição, de um lado ao outro do largo, materializa-se através da calçada portuguesa, reduzindo automaticamente a velocidade rodoviária e possibilitando maior escolha ao peão. A circulação rodoviária torna-se mais lenta através da redução de faixas na zona central e da criação de paragens de autocarro a cada saída de rua. Ou seja, dentro da área do largo circulam apenas duas faixas de transportes públicos e duas de transporte privado, em direcções opostas, libertando espaço público no centro. As faixas e a área pedonal são ainda diferenciadas através de desnivelamentos, criando uma barreira de protecção entre ambas. O novo corpo central serve não só como atravessamento, mas também como espaço público, recuperando o significado de largo, que não só é um cruzamento de ruas, mas também um espaço de estadia.


2 Imagens de períodos anteriores onde as ligações eram mais facilitadas

3 Proposta de alteração. circulação de transportes publicos e privados e aumento das áreas de estadia





4 Proposta final

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